Ontem o dia estava quente e
húmido, estranho e desajustado de um período de retoma de atividade após época
de férias. O país
consome-se nas notícias e nos incêndios devastadores. O BCE até vai começar a comprar ilimitadamente a dívida e as bolsas
subiam como já não era hábito. Presságio e engano. O primeiro-ministro ia falar
ao país meia hora antes do jogo de Portugal no Luxemburgo. Finalmente seria
conhecido o tão aguardado resultado da avaliação do 5º exame da troika. O
otimismo e esperança pessoais foram praticamente desfeitos com o pré-anuncio de
austeridade e a desconfiança dos exames de 2ª época, que nunca foram de fiar. O
resultado ouvi-o então na rádio. Falou, anunciou, destruiu. Uma terrível
machadada! Aos euros de roubo no ordenado somaram-se a descrença, o desânimo, a
desmotivação, o desacreditar. Calou-se, 5 minutos de análise dos comentadores
e, chega. Pois a bola já rolava. Uma volta completa pelas frequências
radiofónicas e nada de austeridade: música para alegrar e o relato para
distrair. Golo dos amadores luxemburgueses, sobre os tristes burgueses de
Portugal. Só podia ser pesadelo! Será que a troika encena tudo isto?
O pesadelo temo-lo vivido, não
ontem, mas nas últimas décadas. Só que em forma de sonho. Que pior do que viver
na ilusão, no engano de uma falsa prosperidade, governados pelas mentiras, más
políticas e oportunismos de uma classe e sistema orientados por interesses de
uma minoria que quer controlar e manipular em seu benefício? E assim
continuamos com remendos, ou remédios austeros num sistema económico e
financeiro mundial obsoleto e disfuncional. Equidade entre empresas e
trabalhadores, só nos ideais supostamente utópicos do comunismo. Equidade numa
taxa igual, transversal e cega para todos, só em teoria, na prática sem
solidariedade. Equidade só se for no aproximar dos salários baixos ao
desemprego.
Temos que acordar!
PS: No meu pesadelo que foi bem real, ainda antes do pré-anuncio fui multado e bloqueado pela EMEL numa brincadeira de 90 euros. O que, vistas bem as coisas é um mal menor, mas que contribui para a depressão final. Mais um exemplo de como muitos males menores, se assumem cada vez maiores e nos vão deitando a baixo...
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