Nos cuidados intensivos do hospital mundialmente famoso, o Filamento Médico
Intermitente (FMI), encontra-se em internamento prolongado a D. Economia
Gertrudes Mundial. Aguarda-se, a médica chefe e administradora, que após a sua
sessão diária de solário e retoque plástico, lá apareceu, afirmando que vê sinais
de estabilização na paciente, alertando no entanto, que a doença de que padece, a dívida,
está espalhada e será penoso sair dela. As crises de Grécia e a insuficiência
Portugal não apresentam grande preocupação clínica. Estão sob vigilância e internamente
são controláveis, basta dar-lhes uma injecção. O perigo, são as possíveis recaídas
futuras e ainda a hipótese de contágio, sabendo-se que há outros órgãos vitais,
maiores, debilitados e há algum tempo também afectados.
Cá fora, a preocupação encontra-se instalada. O funcionamento do hospital é
já visto com grande desconfiança. A sua reputação tem vindo a cair desde que foi
criado pelos EUA, na altura com um bom propósito.
Claramente curar o mundo, em especial a Europa, das feridas profundas da segunda guerra mundial e, mais obscuramente sanear ainda mais os americanos no pós grande depressão, uma vez que, sem guerra como alavanca económica, era necessário recuperar clientes. Os pacientes e os tratamentos foram-se sucedendo ao longo da história, também em parceria com mais uma unidade médica de invenção americana: o Banco Mundial. Desde logo também definida a principal receita, um medicamente, o dólar que, como qualquer antibiótico, gera habituação e vai perdendo eficácia nos tratamentos. Mas quem manda no hospital é que sabe! Seja lá quem for, pois nunca nos foi apresentado. Sabe-se agora que o anterior mandante, tratava-se bem (mal) no que ao relacionamento com o sexo oposto dizia respeito.
Claramente curar o mundo, em especial a Europa, das feridas profundas da segunda guerra mundial e, mais obscuramente sanear ainda mais os americanos no pós grande depressão, uma vez que, sem guerra como alavanca económica, era necessário recuperar clientes. Os pacientes e os tratamentos foram-se sucedendo ao longo da história, também em parceria com mais uma unidade médica de invenção americana: o Banco Mundial. Desde logo também definida a principal receita, um medicamente, o dólar que, como qualquer antibiótico, gera habituação e vai perdendo eficácia nos tratamentos. Mas quem manda no hospital é que sabe! Seja lá quem for, pois nunca nos foi apresentado. Sabe-se agora que o anterior mandante, tratava-se bem (mal) no que ao relacionamento com o sexo oposto dizia respeito.
Quem não sabe é a Democracia que vive na ilusão do poder do povo, quando se
sabe que quem decide o bem, ou mal-estar não é ela, mas quem manda no
Firmamento. Perdão, no Filamento. A Democracia está moribunda, mas com esta, o Intermitente
não se preocupa. É preciso pagar. A saúde agora paga-se e a Democracia não dá
dinheiro a ninguém. A não ser a alguns. Mas esses, pagam. Quem não paga fica à
mercê… que miséria! A Democracia não está sozinha. Tanto agora, como antes do FMI, as outras correntes
concorrentes, também quase sempre levaram à doença e à desgraça: Democracia Socialista,
Comunista ou Fascista, Monarquia, Ditadura, Imperialismo, Oligarquia, Aristocracia, Autocracia,
Plutocracia, Anarquia, Clerocracia, Teocracia, e outras mais.
Fazendo agora eu o papel de médico à procura de um diagnóstico, ora se
nenhum sistema, ideologia, ou regime se revelou satisfatoriamente profícuo,
então o que está mal? De que maleita sofrem todos estes pacientes? E a resposta
que encontro é, de nós. Dos humanos. E da segunda parte da palavra, que directa
ou indirectamente procuram: o poder. Vivemos mas é numa Humanocracia e é nela que
as “instituições médicas mundias” se baseiam para nos tratar da saúde.
Somos cada vez mais, com cada vez menos. Circula-nos pouco sangue saudável e demasiada infecção de dívida. Todos devem e
ninguém paga. Cada vez mais. Assim dificilmente será possível, não há
equilíbrio. Cada vez mais. E quando se chega a esse ponto, em que se tende, cada vez mais, para
o desequilíbrio, cai-se. Com grande estrondo! Faz-se um reset. E o equilíbrio
regressa, mas forçado. Por guerras, catástrofes e epidemias inventadas ou
naturais. A Humanocracia acaba por forçar um equilíbrio. Esquecemo-nos que esse
seria o papel da Naturocracia que será, por ventura, mais imponente, impetuosa
, impiedosa e infalível.
O ser humano resume-se então, à necessidade de poder. Teoricamente não consegue
viver sem um poder definido, sem uma orientação que estabeleça alguma forma de
organização. Na prática, as nossas organizações de poder
têm-nos conduzido ao longo da história invariavelmente, de uma forma ou de outra, para o abismo. Mas então quer dizer que... é isto? Estamos
condenados? Está o ser humano condenado à extinção? Acredito que não, mas temos que mudar e muito. Temos que
mudar, não me perguntem exactamente como. É uma mudança longa e dura, mas que
se vai conseguindo, ou não, pela mudança que transmitimos aos outros. É difícil?
Extremamente e está tudo tão enraizado que o risco de qualquer desenraizamento
mais brusco pode levar à desgraça e ao fim abrupto. Temos algo que nos
distingue dos seres vivos que conhecemos, a chamada razão, inteligência. Que se
não for utilizada como tal, deixa de o ser. E não é só inteligência científica,
é também, ou melhor, é principalmente a inteligência emocional, aquela que nos
liga tangivelmente ao solo que pisamos e intangivelmente àquilo que não vemos,
mas nos toca.
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