sexta-feira, 8 de junho de 2012

Manel Zé à Selecção!

Trato-o assim, não por menosprezo, ou discordância com a sua recente posição relativamente à Selecção de todos nós. Trato-o assim, não por o conhecer pessoalmente e ter confiança para tal. Trato-o assim, porque ele revelou um tremendo conhecimento dos portugueses. De todos nós e da situação que directa ou indirectamente vivemos. Tratou-nos como se nos conhecesse profundamente, sentindo e solidarizando-se. Tratou-me também a mim, e se ele o fez, eu também posso dizer: “É isso mesmo Zé! Manel, Zé!”.

A solidariedade só se consegue praticar verdadeiramente quando é sentida. E a esta selecção é difícil sentir. É feita de elites. As que sentem a crise de maneira diferente, ou não a sentem de todo. O que apesar de tudo, não deixa de ser estranho. Muitos estamos, conhecemos directamente alguém que está ou corre o risco de vir a estar desempregado. Os tempos mudaram é impossível estar indiferente e fingir que nada se passa. E é isso, ou praticamente, que tem sido feito. Indiferença perante a grave situação económica e social em que Portugal se encontra. Indiferença dos protagonistas por o permitirem e dos que fazem por mostrar. Durante as últimas semanas, diariamente e com relativa frequência horária, somos invadidos com o relato dos últimos minutos deste ou daquele envolvido na selecção. Seja ele jogador, treinador, médico, dirigente, fotógrafo, cozinheiro ou motorista.

Eu quero é futebol! Técnica, táctica, golos! Se quisesse um Big Brother via a TVI!