Na universidade, tive um professor que chegava quase sempre atrasado, mas tinha a decência
de ligar a pedir para esperarmos, que ele estava a caminho, de táxi. E nós
esperávamos, pois apesar do caricato da situação, e de um estudante
universitário ter muito mais para fazer do que estar à espera do professor, ele
acabava por ser tido em consideração. Contou ele, numa das aulas, que existiam
dois tipos de alunos que se podiam distinguir, no que à maneira de responder às
questões e aos problemas dos exames, dizia respeito. Uns estavam no grupo da
caça às perdizes os outros no grupo da caça aos tordos. A perdiz é um pássaro com
uma trajetória de voo esquiva que requer estudo e grande esforço por parte do
caçador que queira exercer o seu hobbie com sucesso. A caça ao tordo, por seu
lado é o oposto, manda-se uma chumbada para ali, outra para acolá, que nalgum se
há-de acertar! O problema é que se percebe claramente quando se tentam caçar perdizes,
como se fossem tordos, às vezes acerta-se, mas a maior parte das vezes não.
E foi esta a
imagem que tive quando foi anunciado o orçamento de estado para 2014…
Diz um ministro
ao outro:
“Olha, olha,
vai ali um carro a gasóleo!”
“PAAAMMM,
PAAAMMM, PAAAMMM”
“Acertaste?”
“Não, só
estilhacei uns vidros”
“Um
funcionário!!”
“A donde?”
“Às tuas seis e
um quarto!”
“E já saiu?”
“Hã?! À tua
direita, porra!”
“RATATATATATATA”
“Um
pensionista!”
“PAM!”
“Ainda mexe, pá”
“PAM! PAM!... PAM!
“Um
contribuinte, um contribuinte!
“Mas contribui?”
“Deixa ver… 3+4
vezes 3,5%, raiz quadrada… naaaaaa”
“PAM!”
Para dizer a
verdade, já não tenho a certeza de qual das caças se adequa ao quê, mas que
andam a caçar com pescadores ou a pescar com caçadores, disso não parece haver
grandes dúvidas.
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