quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Maus alunos

Na universidade, tive um professor que chegava quase sempre atrasado, mas tinha a decência de ligar a pedir para esperarmos, que ele estava a caminho, de táxi. E nós esperávamos, pois apesar do caricato da situação, e de um estudante universitário ter muito mais para fazer do que estar à espera do professor, ele acabava por ser tido em consideração. Contou ele, numa das aulas, que existiam dois tipos de alunos que se podiam distinguir, no que à maneira de responder às questões e aos problemas dos exames, dizia respeito. Uns estavam no grupo da caça às perdizes os outros no grupo da caça aos tordos. A perdiz é um pássaro com uma trajetória de voo esquiva que requer estudo e grande esforço por parte do caçador que queira exercer o seu hobbie com sucesso. A caça ao tordo, por seu lado é o oposto, manda-se uma chumbada para ali, outra para acolá, que nalgum se há-de acertar! O problema é que se percebe claramente quando se tentam caçar perdizes, como se fossem tordos, às vezes acerta-se, mas a maior parte das vezes não.
E foi esta a imagem que tive quando foi anunciado o orçamento de estado para 2014…
Diz um ministro ao outro:
“Olha, olha, vai ali um carro a gasóleo!”
“PAAAMMM, PAAAMMM, PAAAMMM”
“Acertaste?”
“Não, só estilhacei uns vidros”
“Um funcionário!!”
“A donde?”
“Às tuas seis e um quarto!”
“E já saiu?”
“Hã?! À tua direita, porra!”
“RATATATATATATA”
“Um pensionista!”
“PAM!”
“Ainda mexe, pá”
“PAM! PAM!... PAM!
“Um contribuinte, um contribuinte!
“Mas contribui?”
“Deixa ver… 3+4 vezes 3,5%, raiz quadrada… naaaaaa”
“PAM!”
Para dizer a verdade, já não tenho a certeza de qual das caças se adequa ao quê, mas que andam a caçar com pescadores ou a pescar com caçadores, disso não parece haver grandes dúvidas.

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