Não
resisti e tive que escrever umas palavras. A imagem é a caricatura perfeita de
um país que se encontra na situação que se conhece, comemora a implantação da
república, longe do povo, num feriado com extinção prometida. Pela situação que
se conhece. A Bandeira não foi hasteada simplesmente ao contrário. Militarmente
quereria dizer que o inimigo estaria próximo e estavamos em perigo, mas não estamos em cenário de guerra,
militar, apesar de até essa já ter sido uma hipótese mais remota. A bandeira
está sim, invertida. Pelo menos foi isso que tive que fazer no Microsoft Picture Manager para obter um
resultado igual ao do Cavaco e do António Costa. Somos portanto, uma nação
invertida, e apesar do colorido da bandeira, não estaremos a querer mostrar ao
mundo que somos todos orgulhosamente gays. Como sugere o dicionário
para invertido. Que a coligação é farinha do mesmo saco, ou socialistas e sociais democratas jogam na mesma equipa. Deixámos foi de estar habituados aos mesmos usos e costumes.
Língua ainda temos, mas cada vez menos nos entendemos ou somos entendidos.
Governados por leis próprias e soberania também já era. Começo a ter dúvidas
que tenha sido apenas um ingénuo erro protocolar, tal é o enquadramento cénico.
sábado, 6 de outubro de 2012
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Fábulas da pontinha
Desta pontinha da
Europa ou das várias pontinhas, principalmente as do sul, histórias que têm
sido ultimamente utilizadas por todos e mais alguns para caracterizar os mais
variados episódios da atualidade nacional. Pelos políticos principalmente. O rato
(o Macedo, tomei a liberdade de escolher um animal, à boa maneira da fábula), disse
haver mais cigarras (calões para ele, políticos oportunistas para nós) do que
formigas (os trabalhadores). Uns dias antes, na quadratura do círculo, na sic,
foi um desfilar de personagens nos comentários aos então recentes anúncios do ministro
das Finanças. Desde logo no painel: uma pereira (o Pacheco), um lobo (o Xavier) e
um sapo (o Costa, não no nome mas na figura). Começou o lobo (o Xavier), num tom pausado e
com o seu quê sobranceiro por contar que quando o leão (o Passos) está
moribundo, até o burro (o Seguro, o Jerónimo ou o Louçã) lhe dá pontapés. Ao
que a pereira (o Pacheco) contrapôs com exigência de objetividade, caso contrário
também ele contaria a história do boi (falas, falas) e a rã (mas não dizes nada).
E assim continuaram com referências a outras histórias e lendas, o Rei vai nu
(o Governo), o Pedro (o Sócrates) e o Lobo (a troika)… e eu “Irra, acabem lá com
isso e desenvolvam!”, óbvio que não me ouviram.
De histórias e
disfarces percebem eles, mas nós queremos é transparência e competência. Fábulas,
conheço-as agora melhor, conto-as à noite aos meus putos, de um livro que as
tem originais e em verso, eles adoram os desenhos e ficam sem perceber se a história já acabou, mas
acabam por dormir, embora que com a sensação de que foram enganados. Tal como
nós, mas nós já passamos a fase da sensação, não queremos que nos embalem e
adormeçam como se fôssemos crianças. Estamos bem acordados, temos pouco sono e muitas
insónias! Não resulta. É má comunicação: 1º nem toda a gente conhece as
fábulas; 2º mesmo conhecendo-as, nem sempre a moral é clara e evidente (como na
da rã e do boi em que eu próprio fiquei baralhado); 3º é muito fácil trocar os animais e
subverter a moral (certo Macedo?); 4º irrita ouvir falar de coisas sérias com
este desplante. E assim também eu anuncio que o macaco (o Vítor) fez mais umas macacadas, a raposa (a troika) está à espreita e os animais (nós) em alvoroço e sem governo.
Pior ainda, é que foi um grego (o Esopo) que inventou as fábulas, só faltava que quem as aperfeiçoou (o La Fontaine) fosse alemão em vez de francês, o que já de si é suficientemente mau.
Pior ainda, é que foi um grego (o Esopo) que inventou as fábulas, só faltava que quem as aperfeiçoou (o La Fontaine) fosse alemão em vez de francês, o que já de si é suficientemente mau.
Blaugranas
Só o nome já é
um bocado abichanado. E sinceramente é o que parecem, uma cambada de maricas a
jogar à bola. Toma vai tu, não vai tu, não não leva tu, joga para mim agora,
mete naquele a seguir, joga para trás, para a frente, trás, frente, para o lado,
dá cá outra vez, agora vou eu sozinho, deixa-me passar, não me toques, só mais
um, espera, toma vá marca lá, é só encostar, não, ainda não me apetece, vou
virar de flanco, passa passa. E andam nisto minutos a fio. Irrita qualquer um.
Muito aguentam os adversários, pois a vontade é de lhes bater ininterruptamente
(o que até foi acontecendo mais para o final). E deve ser isso que eles querem,
que lhes batam para ainda passarem por coitadinhos. Nem faltas fazem, que o
futebol é para se jogar. E quando as fazem, só para disfarçar, fazem-nas mal e
até que magoam, ao ponto de serem expulsos. Possivelmente até de propósito, só
para mostrarem que com menos um, continua tudo na mesma. Vaidosos exibicionistas.
Mimados, invejosos que não emprestam nada a ninguém! Eu sempre aprendi que tem que se partilhar. Se é para eles terem uma bola só para eles, então que se mudem as regras, uma para eles, que pode ser de outra cor, se quiserem até pode ser blaugrana, e outra branca. A bola deles não conta para nada, exceto quando entra na sua baliza, a branca tem a função habitual num jogo de futebol normal e tem que ser disputada. Isso é que eu queria ver! Se mesmo assim conseguissem ficar com as duas, então dava o braço a torcer. Se calhar é melhor não, também não os quero ferir na sensibilidade. Mas devia, porque o que eles fizeram foi andar a jogar à rabia num campo de papoilas saltitantes que para pouco mais serviram do que para cenário. Abanavam de vez em quando as pétalas à passagem dos meninos da bola e mais não fizeram do que ligeira comichão e provocar algumas quedas.
Há que lhes perder o respeito e não prestar vassalagem, pois é o que começa a parecer. O futebol espetáculo não é decididamente isto. Podem ser o melhor conjunto dos jogadores mais dotados tecnicamente de sempre. E até posso dizer que tive o privilégio de os ver jogar várias vezes. Mas dá sono.
Mimados, invejosos que não emprestam nada a ninguém! Eu sempre aprendi que tem que se partilhar. Se é para eles terem uma bola só para eles, então que se mudem as regras, uma para eles, que pode ser de outra cor, se quiserem até pode ser blaugrana, e outra branca. A bola deles não conta para nada, exceto quando entra na sua baliza, a branca tem a função habitual num jogo de futebol normal e tem que ser disputada. Isso é que eu queria ver! Se mesmo assim conseguissem ficar com as duas, então dava o braço a torcer. Se calhar é melhor não, também não os quero ferir na sensibilidade. Mas devia, porque o que eles fizeram foi andar a jogar à rabia num campo de papoilas saltitantes que para pouco mais serviram do que para cenário. Abanavam de vez em quando as pétalas à passagem dos meninos da bola e mais não fizeram do que ligeira comichão e provocar algumas quedas.
Há que lhes perder o respeito e não prestar vassalagem, pois é o que começa a parecer. O futebol espetáculo não é decididamente isto. Podem ser o melhor conjunto dos jogadores mais dotados tecnicamente de sempre. E até posso dizer que tive o privilégio de os ver jogar várias vezes. Mas dá sono.
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