quarta-feira, 20 de maio de 2015

A bananização da violência


Ainda não percebi se há mesmo mais violência, ou não. É comum ouvir-se dizer, sempre foi assim, agora é que se ouve falar. Diria antes, agora é que se vê. Proliferam câmaras e canais de televisão. Até de altíssima definição, infinidades de mega pixéis na palma da mão, com transmissão de híper-difusão. É tudo alta, mega, híper, super, fixe. Hi-tec, mainstream, brutal!
Mas não nos melhora, não nos mostra melhor, antes pelo contrário.

Será bom? Parece mau, parecemos péssimos, da pior espécie. Desumanos da pior espécie, se é que dúvidas ainda subsistiam. É tão simples, ou parece tão simples como cortar uma banana às rodelas, como carregar num botão. Start/Stop. Automático sem preocupação. Virar costas e ir embora.

Será bom? Temos que ver para evoluir, perceber o que há a corrigir? Há que mostrar, sem medos, há conteúdos para preencher, páginas para exibir, gostos para conquistar, audiências para aumentar. Porque queremos ver, viciam-nos em ver. Só vê quem quer, quem não quer, não vê, nada. Mais também não há para ver. E ai de quem não vê! É um banana! E os bananas, são comidos, apanham, levam bananos.

A violência está tão banal como comer uma banana. A própria violência em si, é banana, cobarde, no sentido em que se revela e sobrepõe a um baixinho intelecto. Há que bani-la! E é aqui que podia entrar um movimento social. Pena não ter audiência, porque se tivesse era já: “Armas por Bananas”. Queria ver alguém a espetar uma banana, disparar uma banana, sovar ou infligir com uma banana, arremessar bananas. Brincadeiras à parte, pois a fruta não é para brincar é para comer, que esta era global, digital, de omni-informação, esteja apenas nos seus primórdios e a reavivar a noção de que a violência é real, que permita aprender, educar, transmitir para evoluir, não para oprimir e banalizar, quanto muito, e sem me querer repetir, para bananizar.

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