De negro estará o Cavaco em Timor a tentar encher a
taça das influências e das relações internacionais. De milhões do fundo do
petróleo que, em 10 anos, fizeram de Timor devedor a potencial credor de Portugal. Assim
o admitem os seus dirigentes e o confirma o nosso presidente, embora que
disfarçadamente. Mau disfarce de uma campanha publicitária do bom investimento
que é a dívida portuguesa. Podia-se ter levado um spot da pêra rocha, da maçã
bravo de Esmolfe, do azeite galo, do mais recente tinto campeão do mundo, da
tecnologia, do tomate cereja ou da própria cereja. Mas não, publicitou-se
dívida. Refletindo melhor, publicitar produção nacional da boa, para quem
comprar? Uma população, em que metade vive a baixo do limiar de pobreza, sendo
que a outra metade não deve andar muito acima? Talvez até faça sentido promover
dívida.
A questão é, como se promove a dívida-investimento? Como se
leva um país do terceiro mundo a comprar dívida? Quem está a ajudar quem? Ou
melhor, quem está a enganar quem? Partindo do pressuposto que é tudo gente
idónea e séria, fica de parte a hipótese de haver trapaçada. Então, qual a melhor
dívida? A boa ou a má? Uma boa dívida-investimento
deveria ser uma dívida grande, sumarenta, com bom juro. Contudo, sem exagero,
pois quanto maior o juro, maior o risco de incumprimento e apodrecimento da
dívida, ficando-se sem retorno. Em oposição, uma dívida-investimento má, será
uma dívida pequena, mirrada, com juro baixo, que não justifica o investimento.
Portanto, uma dívida-investimento que vende deverá ser, nem boa, nem má.
Assim-assim. E deverá ser esta a voz do anúncio do Cavaco: “Portugal tem uma dívida
que, como é nosso apanágio, é assim-assim. Não garantimos que seja liquidada,
pois isso não dá bom juro, não garantimos que não seja liquidada, pois isso não
dá boa imagem, mas garantimos que tudo faremos para melhorar a economia,
nomeadamente com as exportações dos nossos produtos assim-assim”.
Ao que isto chegou! Onde é que já se viu a Académica vir a
Lisboa, roubar a Taça ao Sporting, depois de em 4 meses e 18 jogos de competição,
ter ganho apenas os 3 últimos, garantindo
a manutenção na última jornada e o acesso directo à fase de grupos da
Liga Europa, mesmo terminando em 13º lugar de um campeonato português endividado.
Está tudo doido!?
Sem comentários:
Enviar um comentário