sábado, 24 de janeiro de 2015

Maus alunos II - O regresso do bife.

- Pedro e Paulo, estão aí?
- Mário, és tu?
- Saiam de trás da moita, tenho aqui uma arma nova!
- Estava a ver que não! Isto de caçar, contribuintes, pensionistas e carroças velhas, com pouco mais do que fisgas… é duro, já não tem piada.
- Uma bazuca!
- Boa Mário, quer dizer que temos sido bons alunos?
- Não. Quer dizer… sim… ou melhor, não. Sei lá!!
- Agora é que vai ser caçar!
- Errado, Pedro. Isto é para espalhar o bem!
- Como? Estou confuso. Percebeste Paulo?
- Ah… Não sei. Vou ligar à Maria que ela deve saber.
- À Maria ou à Manuela?
- Prestem atenção. É uma bazuca de notas. Em vez de tirarmos, vamos começar a dar.
- Mas… vamos continuar a disparar?
- Sim, e saem notas. É tecnologia americana, da mais avançada.
- Deixa-me ver se percebi, apontamos às pessoas e… toma lá euros. Será que é isto Pedro?
- Em notas, que moedas talvez aleije.
- Não, às pessoas não. Apontem aos bancos, que eles depois dão às empresas… até que há-de chegar às pessoas. Agora…
- ahahhah, ehehehe, ihiihiih, ohhho, aaahhh.
- eheh.
- Qual é a piada?
- bahahhah, eh, ihiihiih, ohhho, aaahhh.
- eheh… para Mário, não aguento mais.
- Não percebo, o que se passa?
- Nada, nada!
- Já agora podemos criar um novo banco?
- Claro que não, isso não é assim, de um dia para ou outro. Um banco tem que se construir em bases sólidas, passar por vários anos de supervisão e parâmetros apertados.
- Sim tens razão.
- Como eu dizia, agora é que vamos crescer!
- Então vá deixa lá a bazuca, as munições e podes ir Mário.
- Ciao. Cuidado com a bazuca, Pedro e Paulo. Já pensaram em fazer um dueto? Pedro e Paulo, Paulo e Pedro…
- Adeus, adeus, vai lá à tua vida, ó Mário.
- Eu vou mas tenham cuidado, que os estilhaços, provocam aumento dos preços, do gasóleo e tal.
- Eu sabia que isto não podia ser só dar! Mas ok, melhor do que nada, assim, sim. Oh Pedro não achas?
- Não sei não, então até agora foi sempre a tirar, e de repente vamos dar… aos bancos? As pessoas vão perceber?
- Pedro, nós tirámos-lhes, se agora lhes enchêssemos os bolsos, sem mais nem menos, aí sim ficavam confusas, sem saber o que fazer ao dinheiro, capazes ainda de irem esbanjar à toa. Assim não.
- Olha, abre mas é uma lata de sardinha e uma mini para comemorar.
- Sardinha? Vai ser é um bife! A ideia não é crescer? Sempre ouvi dizer que peixe não puxa carroça.
- Se há coisa que me faz confusão, é o pessoal estar sempre a querer crescer. Se crescêssemos sempre, qualquer dia não cabíamos cá.
- Tínhamos que ir para Marte.
- Bem visto! Mas isso é caro.
- O que vale é que querem, querem, mas não crescem nada de jeito. Querem, mas não sabem como, depois inventam. A seguir vem o quê? Uma bomba?
- Bora, vamos ao Talho!
- Talho? Depois ainda temos que fazer o bife e o molho.
- Não pá! Há um restaurante…

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