domingo, 18 de novembro de 2012

Like Music

Existe por aí um fornecedor de TV que eu agora não posso dizer o nome (ou não me apetece), mas adianto que começa por “M”, acaba em “O” e no meio tem a letra “E”, que mesmo sem ter a concessão de serviço público, já o exerce. Isto de o serviço público cair na mão de privados ser um perigo, devido ao risco de tal serviço não se efetivar, ou não ser suficientemente bom, é uma grande balela. O serviço público é tão bom quanto for o produto que se promove e a forma como a promoção é feita. O “marca do fornecedor” Like Music é disto um grande exemplo.

A música, como em qualquer cultura, é um elemento fulcral que deve ser preservado, divulgado e fomentado por um digno serviço público de televisão. É isto exatamente que o Like Music faz. E muito bem. O produto, a música portuguesa, é excelente, a promoção inovadora, original e eficaz, e o serviço público resulta em excelência. A ideia é simples, e como em muitas coisas é das ideias simples que nascem grandes invenções. Uma banda ou um artista a solo, em ascensão ou de créditos firmados, um concerto ao vivo, mas sem público. Aplausos, isqueiros, saltos e pedidos de encore, mas sem público ao vivo. Público confortavelmente instalado em casa, na sala, cozinha, quarto, sofá ou cama, sozinho ou acompanhado, comando sempre na mão, mas sem música ao vivo. TV, box ou computador, fibra ótica pelo meio e está o espetáculo montado. A música começa, o público vê, ouve e sente, aplaude, salta, dá à chama e pede mais, pelo comando ou rato, os artistas sentem e puxam pela contabilização das reações, leem e respondem, ao vivo, aos comentários do facebook. Numa pequena sala de concertos, a plateia é o mundo de interação virtual.

Nunca será este um concerto ao vivo em toda a sua plenitude, mas a vibração está lá. Que o digam Blasted Mechanism, os últimos que por lá passaram, terminaram extasiados após louca atuação e maratona de incentivo ao record dos 800 mil aplausos. Antes deles David Fonseca, Filipe Pinto, Wraygunn, Jorge Palma, Nu Soul Family, Amor Electro, entre outros. Vale a pena entrar, à boa maneira portuguesa, é de borla e basta clicar. No próximo dia 26, Aurea, valerá a pena ver. E ouvir também.

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